O Blog do Enfermeiro

quinta-feira, 30 de junho de 2011

DIABETES



O Distúrbio


O Diabetes ou hiperglicemia é uma enfermidade provocada pela deficiência de produção e/ou ação da insulina. Segundo o Dr. Augusto Pimazoni Neto, consultor para Controle do Diabetes, “Diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção de insulina, na ação da insulina ou em ambos”.
Na classificação médica, o distúrbio apresenta três formas clínicas com características particulares. O Diabetes Mellitus Tipo 1 é ocasionado por uma doença auto-imune. Nesse quadro, os anticorpos do organismo destroem as células beta do pâncreas que deixam de produzir a insulina, hormônio responsável pelo metabolismo do açúcar. Segundo Associação Brasileira de Diabetes, a modalidade insulina dependente - assim chamada porque da não produção de insulina, decorre a necessidade de sua reposição- afeta principalmente os jovens.
A forma não insulina dependente, Diabetes Tipo 2, é provocada por uma resistência à ação da insulina associada à dificuldade de secreção. Dr. Pimazoni afirma que essa é a forma mais comum da enfermidade. “Na prática clínica, cerca de 90% dos casos são de Diabetes Tipo 2, enquanto os restantes 10% são de Diabetes Tipo 1”.
Diabetes gestacional é assim chamada quando é diagnosticada na mulher durante a gravidez, sem aumento prévio da glicose. Outras formas de mal podem estar associadas a desordens genéticas, infecções, doenças pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas. 


Sintomas


Ainda segundo Pimazoni, “o primeiro conceito importante que se deve ter em mente é que o Diabetes se instala e progride com o tempo, podendo evoluir por anos”. Um diagnóstico precoce do distúrbio é útil para a eficácia do tratamento. A constatação pode ser feita através de um exame de sangue comum ou de análises mais complexas, como a curva glicêmica.

A sintomatologia de aumento do açúcar no sangue envolve sede excessiva, aumento do volume de urina, aumento do número de micções, surgimento do hábito de urinar a noite, fadiga, fraqueza, tonturas, visão borrada, aumento do apetite e perda de peso.


Histórico


O termo Diabetes foi cunhado por Areteu de Capadócia no século II. Em grego, a palavra significa “sifão”, numa referência à eliminação exagerada de água pelo rim. Em 1679, Thomas Wills reconheceu a patologia como clínica. Foi ele que utilizou o nome Diabetes Mellitus (sabor de mel), por causa do gosto adocicado da urina dos portadores da doença.

A enfermidade é conhecida desde muito antes da era cristã. No papiro de Ebers, descoberto no Egito, correspondente ao século XV antes de Cristo, já há dos seus sintomas.
Mas a descoberta da causa da doença só ocorreu em 1889. Os alemães Minkowsk e Von Mehring investigaram o que poderia alterar a digestão de gorduras. Entre várias tentativas, retiraram o pâncreas de um cão. Para a surpresa deles, verificaram que a urina do animal passou a ser mais consistente e atraia muitas moscas. Constataram também que o material continha grande quantidade de açúcar. Conclusão: o pâncreas tinha efeito sobre a diminuição das taxas de glicose no sangue. A partir daí descobriram a insulina e os problemas causados pela deficiência na sua produção.


Diagnóstico


A informação de estar doente constitui um trauma para a maioria dos pacientes. A endocrinologista Elcy Falcão é “Fundadora da Associação Pernambucana do Diabético Jovem”. A médica conta, em entrevista ao site www.elogica.br.inter.net/elcy, que fez um levantamento das maiores dificuldades para adolescente com Diabetes: “A revolta mostra a tendência do portador de sentir-se pior que os outros”, diz. “Há uma procura inconsciente de boicotar as orientações recebidas, vergonha por achar que é coisa de velho”.

A família do diabético é sempre muito atingida. Há uma capacidade inicial de adaptar-se às mudanças e uma tendência à superproteção. “A melhor maneira de ajudar os portadores de Diabetes é induzi-los às mudanças que virão”, afirma Elcy.


Dia a Dia


Com a tecnologia, a vida dos hiperglicêmicos tem sido facilitada. O mercado consumidor diabético movimenta, só no Brasil, 120 milhões de dólares. 

A bancária Marilda Pedro, 47 anos, descobriu-se diabética a 5. No ano passado, precisou passar por uma cirurgia e ficou preocupada com possíveis complicações. Mas diz que a experiência foi positiva. “Correu tudo bem e tive uma recuperação fantástica, em 15 dias voltei a trabalhar”. 

Para o doutor em endocrinologia, Carlos Moura Jr., é possível conviver com o distúrbio. “A boa notícia é que se a doença for diagnosticada no início e se for bem controlada, o diabético terá uma vida normal como qualquer outro cidadão”, afirma.

Matéria de: 
Vitor Marques.

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